Empregos X Qualificação

Notícia do jornal da globo de 06 de fevereiro de 2011, "Brasil é um mercado promissor, milhares de oportunidades de emprego, mas falta mão de obra qualificada".
Secretárias que não tem certificado de curso, que não falam inglês ou que não possuem experiência são alguns dos motivos para os cargos estarem em aberto. Operadores de Telemarketing que não sabem falar ao telefone. Vendedores que não sabem vender. Rááááá! Grande Novidade! A qualificação profissional no Brasil virou uma piada, escolas que vendem certificados apresentam Garçons, Operadores de Telemarketing e Secretárias que não sabem redigir um documento, não sabem o que significa redação oficial. Garçons que não sabem a diferença entre Serviço à Francesa ou a Inglesa. Mas e daí? Vocês não sabem que somos o país do jeitinho brasileiro? Aqui tudo se aprende na porrada.
Se, nos testes de seleção fosse exigido que os candidatos escrevessem uma redação de dez linhas com o Tema: o que você espera do trabalho que vai desenvolver, as empresas iam descobrir que:  o brasileiro não sabe escrever, não sabe usar pronomes e conjugar verbos, imagina que têm candidato que acredita que você é pronome. Ráááá é piada né, na minha época você era sinônimo de gente ignorante, porque aprendemos TU vais fazer, TU queres, TU és e assim, e daí por diante. Não lembro de ter aprendido Você és, Você vais fazer ou Você queres... Ignorância porque quem não sabe de onde surgiu o termo você, faço questão de ensinar, surgiu da época da colonização quando os escravos africanos (sem saber o português) e tendo que aprender a língua na porrada, confundiam o Vós com o Tu, e não tendo permissão para tutear (é isso mesmo TUTEAR = ter permissão para tratar alguém de TU) falavam VÓS + MICÊ = vosmicê, assim eles acreditavam que estavam tratando com respeito e tuteando alguém, e ai deles que não respeitassem, vocês já sabem do tronco né?
Assim, você é um termo ignorante (cujo significado é ignorar algo por desconhecimento e, não no sentido pejorativo de Burro). Ah vale lembrar que na minha época aprendiamos também o significado das palavras, porque éramos obrigados a estudar pelo menos dez palavras por dia do dicionário, as escolas tinham Maratonas de Verbos, e os prêmios eram livros, lembro que numa dessas eu ganhei o livro "O soldadinho de chumbo" era status na época ganhar uma maratona de verbos ou ir pra final. E os professores ainda pediam para que os vencedores fizessem um DITADO com INTERPRETAÇÃO DE TEXTO para distribuir para a turma sobre os livros que ganharam como prêmios.
Talvez por isso ainda hoje tenha gente que acredite que meu português é arcaico, não considero arcaico, mas tive boa educação e que não foi de colégio de ricos, mas na época que estudei os professores não tinham medo dos alunos, eles eram a autoridade máxima e ninguém morria por ser chamado atenção ou "pegar uma reguada na perna".  Erámos obrigados a fazer cadernos de caligrafia e as letras eram compreensíveis e trabalhadas, assim penso que os empresários brasileiros não possuem mão de obra qualificada para o trabalho porque deixou-se de ensinar e valorizar o fundamental.
A hora que o Brasil deixar de ser um país que vende certificado para quem não quer estudar e se qualificar de verdade, pode ser, que nesse momento, apareçam pessoas realmente qualificadas. Mas enquanto isso, esperem, esperem, esperem... a secretária que fala inglês antes têm de saber o português e, de quebra, um certificado do curso de secretariado que ainda pode ser feito no SENAC (na minha época aprendiamos até arquivologia), saber usar o computador, seus programas e digitar com o uso de todos os dedos é imprescindivel, (é que eu ainda aprendi na máquina de escrever, éramos obrigados a usar todos os dedos) e não só os indicadores para depois sofrer de LER.
Ah e outra coisa, a hora que os pais tirarem as crianças da frente do computador e treinarem eles para soletrar palavras, pode ser que também deixem de existir tantos diagnósticos de dislexia...

Não é para ser a dona da razão, mas é só para lembrar de coisas que são importantes, eu vejo assim...

Beijos

D. Patifa