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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A Pata


Minha família nunca foi muito tradicional, pra não dizer pouco NORMAL. Tem umas esquisitices normais de toda família e umas nem tão normais, pra não dizer bizarras.

Mas o que dizer de um avô que a cada nascimento de neto os presenteava com um bichinho de estimação? Ah que coisa linda, se fosse um gatinho, um cachorrinho ou uma girafinha de brinquedo. Mas nascer a neta e presenteá-la com um carneiro de verdade, filhote claro, parece pouco convencional, menos convencional era o raciocínio dele quando os pais exclamaram: Mas papai, um carneiro! ela não tem nem dois dias de vida! E a resposta mirabolante dele foi, por isso mesmo, ele vai crescer junto com ela e daqui um o dos anos os dois estão brincando juntos.

Justificativa bizarra dada, justificatica bizarra aceita. Quem vai discutir com o pai por causa de uma doidice dessas. Só louco! Mas o carneiro não poderia ser chamado só de carneiro, então porque não colocar nele um nome pomposo: Alfredo!

Um ano depois nasce o neto, presente dele para o netinho que acabava de nascer: um porquinho, de verdade claro. Novamente os pais do rebento exclamam: " Papai, um porco?" E a justificativa super aceita e racional do avô foi: "Pra ele ter com que brincar daqui a um ano!" Justificativa normalíssima dada, justificativa aceita. O nome do Porco? Ah esse era muito bom, Porco Doido!

Nasce o terceiro filho, ahhh que bonitinho que ele é, a mãe da criança entrou em desespero, o que será que papai vai usar para presentear esta criança? Nada mais comum e normal, uma Pata. Ou melhor, na época uma patinha. Menos mal, que não foi outro Porco Doido ou um Carneiro.

Mas não era uma Pata comum, era a Josefina, vocês têm noção do que é uma pata chique criada a pão-de-ló chamada Josefina? Uma pata que viajava de carro nas férias porque meu irmão caçula chorava e fazia um drama se a Josefina não fosse junto, não era só uma pata, era uma Pata-cão-de companhia de um indefeso garoto de 5 anos. Ou seja, era mais importante que o Alfredo ou o Porco Doido, porque afinal de contas nenhum dos dois era levado nas férias, mas Josefina era.

Eis que agora vejo o quintal vazio de bichos, e já foi um quintal cheio dos filhos do Porco Doido, de Alfredo, de Ringo Star (doberman), de Álamos (pastor Alemão), de Haylas (podlle), de Pintos, Marrecos, Gansos e até de um Quati alcoolatra (isso mesmo, um quati alcoolatra, que numa de suas bebedeiras no comércio do vizinho, subiu no pé direito da casa, achou o mundo cruel demais por não ter uma companheira e se atirou de lá), era um quintal onde até um Pavão já morou, tinha jabutis, tracajas, perêmas (todas raças de jabutis) tinha um periquito que achava que era um morcego e dormia de cabeça para baixo e um papagaio que aprendeu todos os palavrões possíveis e inimagináveis no comércio vizinho e era a vergonha de minha mãe quando chegavam as visitas.

Esses bichos todos tinham nome e hoje só recordo o nome de alguns, mas o importante era que todos eram animais de estimação, nunca foram comidos, morriam de velhice, o porco teve até artrose, e minha mãe cuidava da artrose do porco como se ele fosse gente. Mas o pior momento foi a morte de Josefina, morreu de parto, vocês já ouviram dizer que pata morre de parto? Pois esa morreu, não vale aqui contar os detalhes, mas vale contar que ela foi enterrada no quintal, em uma caixa grande, dentro da caixa além do corpo de Josefina, flores e uma fralda do meu irmão, o enterro teve velas, choro e terço pela alma de Josefina no céu dos Patos.

Ficaram os ovos por chocar, minha mãe estava tão desolada que deixou para tomar uma atitude no dia seguinte quanto aos ovos, seria outro drama explicar porque aqueles ovos não virariam Patinhos.

Mas o Destino se encarregou de fazê-los nascer. No dia seguinte, o Doberman que atendia pelo nome de Ringo, estava deitado sob os ovos, assim que minha mãe tentou se aproximar dele e dos ovos, ele gruniu para ela com raiva, como uma verdadeira mãe faria em defesa de seus filhos.

Assim nasceram os patinhos de Josefina, criados pelo Ringo que pensava que era uma pata, e cresceram fortes e saudáveis andando atrás de Ringo pelo quintal acreditando que eram cachorros.

Hoje não temos nada de bichos no quintal, além de Bertrand o cachorro Bipolar e de uns passarinho, bentevis, beijaflores e rolinhas que vem comer o arroz que minha mãe joga no quintal todos os dias para eles, e claro, de uma das filhas de Josefina, que hoje está com 15 anos e tem um problema na pata devido reumatismo ou artrose, e que minha mãe e Lovezão adoram, e com a qual, minha mãe muitas vezes coloca no colo e conversa, como se fosse gente.

C'est la vie!

De louco todo mundo têm um pouco, até os bichos!

beijos a todos

Patifa

sábado, 26 de setembro de 2009

O NARIZ


Lembro de uma história publicada por Nikolai Gogol que também tinha esse título, o Nariz.

Nariz é o carro-chefe de toda a composição do rosto, ninguém nota as orelhas de abano de uma mulher, ninguém nota a cicatriz na sobrancelha, ninguém nota a falta de lábios carnudos, ninguém nem nota as bochechas de dumbo, mas todos com certeza notam o NARIZ.

Não os narizes convencionais, aqueles aduncos, de pinóquio, ou de ladrões de oxigênio, afinal até cego nota esses, mas falo dos narizes CHATOS, ou de BORRACHA, nariz chato é aquele que não tem a cartilagem que dá forma ao nariz de princesa, pontudo. E, nariz de borracha é aquele de lutador de boxe, onde já pegou tanto soco, que já não tem cartilagem nenhuma e o nariz vai e volta numa facilidade incrível, é até gostoso de pegar de tão macio que é.

Quem não nota por exemplo o nariz do Carlinhos Brown? Impossível não notar, gente eu fui pro carnaval de salvador, eu vi ele frente a frente comigo, tudo bem que ele pode ser gostoso, cheiroso e tudo mais, porém não dá para não ficar paralizada com aquele nariz. Não é um nariz qualquer, ele quase vai de orelha a orelha de tão grande nas abas laterais e pra piorar a situação é chato e parece também ser de borracha, juro que na hora que vi pensei dez mil vezes antes de pedir para pegar naquele nariz, porque ele ia ter certeza que eu era doida e mandar me prender... e ninguém merece passar o carnaval de salvador presa por pegar no nariz do Carlinhos Brown.

Fui pro hotel onde fiquei pensando naquele nariz, e eu que achava o meu horrível, o dele era sublimimente horrível!

Então comecei a lembrar dos narizes da minha família, por parte de pai e mãe e aterrorizei, porque eu fui a desprivilegiada de nariz? Que porra de genética foi essa que me sacaneou e me deixou com um nariz chato de batata?

De um lado família libanesa, então imaginem aquele tradicional nariz enoooooooorme com uma curvatura para baixo na ponta, do lado da família do pai, portugueses, com aquele maravilhoso nariz enooooooooooorme com uma saliência no osso, meus irmãos com narizes meio libaneses-portugueses maravilhosos, pensei: não sou filha dos meus pais! Não posso ser, esse nariz não pertence a mim nem a minha família. Meu Deus, fui adotada e agora só descobri por conta do Nariz!

Claro, eu sou dramática, Lovezão sempre diz que sou uma artista, Bandida até me matriculou no curso de teatro que nunca fui assistir nenhuma aula, mas como não pensar loucuras quando tenho um nariz de batata que ninguém mais na família têm?

Assim que nem Lovezão entendia de onde vinha esse meu nariz de batata, então como bons companheiros que somos decidimos comprar um nariz para mim.

Saímos a escolha do melhor nariz, não queríamos nem nariz de princesa, nem o da Xuxa, nem o da Paris Hilton, só um nariz normal e corrente como de tantas outras pessoas normais e correntes, eis que essa semana ganhei meu novo nariz, que ainda não vi porque ainda está todo enfaixado, mas que todos que visualizam me garantem que está lindo, pelo que podem perceber através do curativo, do gesso e tudo mais.

Então pessoas, o que posso garantir a vocês é: não existe nada melhor que uma boa compra que nos satisfaça... pode ser um vestido novo, pode ser uma maquiagem nova, uma barriga de tanquinho, um Nariz Novo, mas seajm felizes com o que desejam.

Mas pra falar a verdade, sabe que eu acho que vou sentir saudades do meu nariz de batata... tudo bem que de terça feira passada em diante eu vou morrer dizendo que nasci com esse nariz novo, mas meu passado de babatinha me condena, tem muitas fotos pra provar... melhor me contentar e assumir os dois huahuaahuauhahu

o Nariz do passado e... O Nariz do Futuro.

PS: Lembrando que eu vou continuar metendo o nariz onde não sou chamada hahauauhauhau

beijos a todos


Patifa

PS2: Na foto uma coletânea de narizes famosos e anônimos, normais, horríveis, lindos e bizarros.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Mundo Enlouqueceu?


Gente eu estou no limite, com a televisão, com os jornais, com as pessoas de um modo geral, parece que o mundo está louco e não quer tomar um Diazepam para acalmar. Ninguém merece tanta desordem e caos, ninguém merece tanta violência, desaforo, intriga, ciúme, pedofilia, crime, tanto sangue inocente espalhado, droga, bebedeira, atropelamento, agressão física, corrupção, falta de ética, falta de moral, violência descabida...

Temos que começar a ser intolerantes com a violência. É inaceitável, depois querem que o Brasil seja exemplo de dignidade, que dignidade existe na miséria, na fome e na destruição de um povo pelas drogas e pela violência?

Eu já chego a conclusão que eu que devo ser louca, ou melhor, para salvar a pouca sanidade que me resta vou abolir da minha existência noticiários da televisão e jornais diários impressos.

Se expremer sai sangue!

Fui!

Beijos

Patifa